As vezes as palavras escapam-me. São tantas em mim que acabo perdendo-as. Frequentemente sinto que estou deixando um monte de coisas atrás de mim, como se não conseguisse ordenar o turbilhão de ideias criativas que passam por minha mente o tempo todo.
É uma luta sem fim.
Então, obrigo-me a escrever, obrigo-me a fazer aquilo que mais gosto, para não me tornar uma pessoa amarga, como as vezes acho que sou. Se não amarga, um pouco cinza, sem graça, sem paixão.
Sempre acreditei que a paixão é aquilo que faz o mundo girar, que impele as pessoas a nunca desistir desse feio mundo capitalista. É aquilo que dá sentido às suas vidas e as faz ter esperança de conquistar mais e mais sonhos, que levarão para perto delas a sua paixão.
Entretanto, não estou falando da paixão por outro, mas por coisas. Coisas não substanciais, contudo, por si só, essenciais. Foi a paixão de Da Vinci, Michelangelo e de milhões de pintores, escultores e arquitetos que deram às gerações suas relíquias históricas, uma característica sólida da sua cultura, algo para se orgulhar. A arte é a paixão dos artistas, o orgulho é a paixão dos patriotas.
A paixão é tudo aquilo capaz de fazer o ser humano criar, se entregar; libertando-os de seus medos, dos seus limites e dos limites do mundo. Quando se descobre aquilo que o faz ter coragem para sempre seguir em frente, que o faz ver que muitas coisas valem à pena, a vida fica mais colorida. Mais engraçada, mais possível.
A minha paixão é essa, ordenar palavras. Movê-las e combiná-las. Procurá-las em livros e transformá-las em crescimento pessoal. Todo mundo tem uma paixão não substancial. Você já encontrou a sua?
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