Sonhei com uma frase, ela dizia “amor e ódio, no fim tudo é o nada”, é difícil entendê-la quando penso nela, porém, em meu sonho, eu a senti. Vi o amor, vi o ódio e então vi o fim, e nele não havia nada, era o vazio da não existência, era a letargia de todos os sentimentos e ações, até que tudo não tivesse mais significado.
Me senti minúscula em meio à imensidão do nada, ele estava à trezentos e sessenta graus, estava acima e embaixo de mim, estava em mim. E ainda assim, apesar de toda a ausência de matéria e de psique, eu ainda existia, ainda tinha vida. Foi estranho e fantástico ao mesmo tempo, mas a culpa disso tudo é da Batalha do Apocalipse.
O livro de Eduardo Spohr narra a história da humanidade a partir do ponto de vista dos anjos. O "céu" está sob o governo do arcanjo Miguel desde que Deus adormeceu, no terceiro dia de criação. O arcanjo é visto como tirano pelo personagem principal, Ablon, pois tem inveja dos homens por estes terem alma e por terem sido feitos do "barro". O céu se divide entre as castas dos anjos, e Lúcifer sai do inferno para fazer parte da briga.
A história é narrada em dois tempos, o presente e o passado. O passado conta a trajetória de Ablon na terra, depois de ter sido expulso do céu por Miguel. O anjo caído é perseguido, assim como os outros que cairam com ele, mas por trás dessa perseguição, existe um segredo.
Durante suas aventuras e desventuras, Ablon conhece Shamira, uma necromante, pela qual nutre um amor inconfesso. Shamira faz-se imortal e o acompanha em muitos momentos decisivos para a humanidade.
Devo confessar que achei o enredo incrível. Spohr é muito criativo e soube trabalhar com o conhecimento histórico e ideias fantásticas de forma que parecessem incrivelmente reais. A história parece real! Tão real que eu até fiquei entediada em alguns momentos. Tinha a impressão de estar lendo um livro de História do colégio.
A primeira coisa que pensei quando terminei foi: "UFA!". Costumo demorar uma semana para ler um livro do tamanho de A Batalha do Apocalipse, entretanto, demorei mais de um mês para terminá-lo. A habilidade de coesão e coerência de Spohr é admirável, contudo, acredito que ele poderia ter deixado a narrativa mais leve e distribuido as informações.
A Batalha é um livro pesado e sem humor. Impressionante e crível. Criativo e autêntico. Espero que os próximos livros do autor sejam mais leves e fáceis de ler. Alguém aí já leu Filhos do Éden?
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